quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Desapontando nostálgicos, ideólogos e rotuladores

Hoje (22/10/09), Nando Reis foi o entrevistado do Pânico, na rádio Jovem Pan. E pelos poucos minutos ouvidos, nota-se que além de ser um músico de qualidade, ele demonstrou inteligência para responder as indagações dos integrantes do programa.

Primeiro, ao ser questionado sobre a qualidade da música atual, principalmente a estilo pop/rock, Nando afirmou que não utiliza a mesma sistemática de composição para analisar aquilo que escuta, e tentou escapar de qualquer comparação. Esta não foi uma resposta muito satisfatória para quem esperava ouvir que as músicas atuais - em especial as “emocore” - são imediatistas, efêmeras e feitas ao mercado midiático. Assim, Nando Reis contrariou o espírito nostálgico daqueles que idolatram as composições dos anos 80 e 90 e de outras épocas sem considerar que pode haver músicas boas atualmente.

Segundo, questionou-se se as músicas contemporâneas carecem de ideologia, ao contrário do que se constatava duas ou três décadas atrás. A respeito desta pergunta, Nando Reis disse que a música não sobrevive por ideologia, e sim pela sua qualidade. E ao citar os Titãs como exemplo, ele reconheceu a importância do questionamento, da rebeldia, mas destacou que estes elementos, na canção, são válidos para o momento político-social no qual a música é feita – a ditadura, no caso dos Titãs. Porém, para que a canção ultrapasse gerações, não basta somente a ideologia que ela comporta. É preciso que tenha qualidade, agrade as pessoas, e traga algum valor emocional/sentimental ou uma lembrança aos que a ouvem. Além disso, Nando afirmou ter certa repulsa quando dizem que a música precisa ter uma mensagem.

O fato de atribuírem exagerado valor ideológico a certas músicas ou bandas cria uma espécie de mistificação sobre determinados artistas, e isto faz com que a canção seja um dogma, portanto, inquestionável, idolatrada, e muitas vezes um fetiche, impossibilitando, assim, o reconhecimento da qualidade de outros músicos, e pode até mesmo gerar algo pior, como o desenvolvimento da intolerância perante artistas não tão cultuados, o chamado preconceito musical.

Ao citar exemplos como Legião Urbana e Raul Seixas, Nando Reis afirmou que as composições destes artistas não devem ser adoradas simplesmente porque são feitas e interpretadas por eles, mas porque elas têm qualidade antes mesmo de serem rotuladas como pertencentes a tais compositores e interpretes.
Dessa forma, o fato de determinadas músicas ultrapassarem gerações deve-se a sua qualidade em si, não a idolatria que muitas vezes atribuem a elas.

Uma pequena lição pode ser extraída disso tudo. Não se trata de uma lição verdadeira e irrefutável. É apenas mais uma interpretação: a música deve ser considerada boa pela qualidade que possui, não por pré-condições, como a época, estilo ou outro tipo de rotulação. Ouça aquilo que agrada a você, e não somente porque pertence a determinado artista, compositor ou intérprete, ou porque faz parte de algum momento histórico. Diante disso, a crítica social estabelecida por meio da música é válida e importante, entretanto esta não é, de maneira alguma, a única forma de demonstrar a magnitude e a sonoridade da expressão musical, que é, antes de tudo, a exteriorização dos sentimentos do músico.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O fator cultural reflete nas Olimpíadas

Imaginem um morador de rua que, após receber doações durante meses, consegue acumular uma quantia considerável em dinheiro. Ele quase nada tem, além de algumas roupas, um cobertor, pedaços de papelão, ou seja, utensílios básicos e escassos para sua sobrevivência diária nos cantos de uma metrópole.
Porém, devido às doações que recebeu, ele pode, agora, dar um novo rumo a sua vida e, assim, tornar-se uma nova pessoa e usar o dinheiro para comprar uma casa, talvez, ou abrir um pequeno negócio, isto é, investir o que tem de modo que possa sobreviver dignamente e até mesmo multiplicar seu dinheiro. Mas, infelizmente, não é isso que acontece, pois o pobre sem-teto, vislumbrado com a possibilidade do status que obterá, compra um maravilhoso carro e gasta quase tudo o que possui, e o pior é que nem tem lugar para guardar o automóvel.

Agora, numa cidade como Rio de Janeiro, ele logo será roubado e lamentará pelo erro que cometeu, da mesma forma que os brasileiros reconhecerão o equívoco de comemorar a realização das Olimpíadas de 2016, no Rio.

Pobres brasileiros que, como o morador de rua, sobrevivem com pouco dinheiro, pouco conhecimento, quase nada de segurança e uma saúde lamentável. Entretanto, de repente, tudo parece se resolver: esses miseráveis cidadãos vão às ruas comemorar a vitória do Rio como sede das Olimpíadas, como se isto fosse resolver seus problemas.
De fato, a realização dos jogos é mais uma propaganda ideológica sobre um povo supostamente feliz, que apesar dos problemas que tem, vive sorrindo e sem preocupações. É mais um mito brasileiro propagado no exterior e que muitos de nós acreditamos.
Os mais lúcidos sabem que o Brasil é um país subdesenvolvido, que sobrevive com a precariedade da educação e da segurança. E o que faz com o dinheiro que recebe dos impostos? “Investe” em algo que pode trazer mais decepções do que satisfação.

Dessa forma, enquanto o país se encontra na enorme desigualdade de distribuição de renda, sua cultura e suas realizações resumem-se nas Olimpíadas de 2016.
Talvez seja melhor acreditar que o Brasil não tenha nada mais que festas, carnavais, futebol e samba. Afinal, qual a razão para investir em escolas, universidades, em pesquisas, no sistema de saúde se somos felizes por nos contentarmos com pouco?
Qualquer coincidência dessa situação com a política do “pão e circo” é mera semelhança.
Assim, o que se nota é que o Brasil é um morador da rua do mundo, que se preocupa em usar seus recursos com prazeres imediatos, visando o status que conquistará perante os outros países.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Observação nada agradável!!

Ontem, ao vir pra casa, passei perto de um funeral. Havia algumas pessoas e poucos carros acompanhando o caixão. De fato, um aglomerado bem menor do que se vê normalmente nessas cerimônias. Após notar o fato, pensei no mesmo instante a respeito da solidão em que muitas vezes um indivíduo encerra sua vida, porque tenho certeza que aquela pessoa que estava deixando este mundo não havia conhecido somente aqueles que presenciavam sua partida. Imaginem quantas pessoas passarão por nossas vidas, compartilharão momentos bons e ruins, dividirão sentimentos, angústias, felicidade, companheirismo, amizade, etc.
E quantos dos muitos seres humanos que tivermos conhecido até o fim de nossa vida irão despedir de nós quando a hora chegar? Ninguém sabe. Pelo menos assim não há como ficarmos ressentidos. Afinal, nem aqui estaremos mais.


Aproveitando o assunto. Lembrei outra atitude intrigante que muitos têm: homenagear e mostrar afeto pelas pessoas somente após elas morrerem.

Enfim, se há algo complexo de compreender é o ser humano, apesar de que muitos parecem ser tão previsíveis.
Será a falta de consideração uma previsibilidade humana??
Os fatos indicam que sim!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O conhecimento e a sabedoria nos guiam; a música nos dá o sentido da vida e o alimento da alma; e Deus nos permite viver a liberdade da existência!!!!!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Personificação incoerente

A maioria de nós já ouviu falar numa certa figura de linguagem, estudada na língua portuguesa, chamada de “prosopopéia ou personificação”. Para aqueles que não lembram, ela se conceitua como: “atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados”.
O interessante disso é que muitos que a estudaram não se lembram de seu significado e, assim, esquecem que ela é apenas um recurso lingüístico, NÃO a real atribuição de valores aos objetos caracterizados com aspectos pertencentes, exclusivamente, aos seres humanos.
O que quero dizer com isso é que há uma ideia generalizada de caracterizar as coisas - tudo o que existe, com exceção do ser humano - e esquecer que estas características atribuídas são exclusivas do Homem, e somente ele pode ser o possuidor de determinadas qualificações.
Para exemplificar isso, é comum ouvir pessoas falarem frases como: a droga mata; o álcool trás desgraça; as armas de fogo são “do mal” e se não existissem haveria paz; a TV aliena e nos deixa burros, além de várias outras barbáries ditas por aí.
Não precisa pensar muito pra perceber que objetos descritos como “destruidores da ilibada moral humana” foram criados pelo Homem. Além disso, é este quem gerencia, controla, produz, transmite, permite, mata, rouba, embriaga-se, promove a ignorância e o terror, maltrata, oprime, destrói...
Dessa forma, o ser humano se utiliza dos artefatos externos a ele para cometer as mais terríveis atitudes contra “o próximo”, e para se eximir da função de socializar, educar e desenvolver a cultura e a cidadania coloca a culpa dessas atrocidades nos objetos, que são irracionais e inanimados, “atribuindo-lhes qualidades e sentimentos essencialmente humanos”.
Para ser mais direto e concluir o raciocínio, quem aciona a arma é a mente deteriorada do ser humano, o exagero do álcool é causado por ele (por isso que nem todos que bebem são pecadores, entendeu?), e quem assiste programas inúteis na televisão também é Homem. Por isso, não venha me dizer que a TV, as drogas, o álcool, os jogos, etc., deterioram a família e as pessoas de modo geral, porque QUEM ESTÁ SE DESTRUINDO E NÃO SABE UTILIZAR CONSCIENTEMENTE, E DE FORMA COMPETENTE, AQUILO QUE ESTÁ A SUA VOLTA É O SER HUMANO.

sábado, 27 de junho de 2009

O mundo é fabuloso, o ser humano que não é legal

Por que muitas pessoas não pensam? Porque não conseguem fazer isso só um pouco??
Seria mais fácil conviver com os outros se estes soubessem analisar, basicamente, a causa e o efeito de suas atitudes. Fico decepcionado com a capacidade que alguns têm de não conseguir fazer isso! Não digo que é preciso estabelecer relações fraternas com todo o mundo. Mas que não se deve INCOMODAR quem tem nada a ver com atos imaturos! Por isso, relembro a velha frase que todos se cansaram de ouvir, mas que poucos a apreenderam: “a liberdade de uma pessoa vai até onde começa a da outra”! È simples... não sei por quê complicam!! Prova disso é que, enquanto uns tentam melhorar e fazer valer a pena a breve passagem neste mundo, outros só atrapalham.
Poderia falar mais, mas, infelizmente, minha raiva já está passando.
Agora, lembro-me quando um professor meu dizia: “o ser humano está se tornando inviável num mundo fantástico que ele construiu”. E só para acrescentar a esse pensamento, segue a frase da música “Manuel”, do Ed Mota : “o mundo é fabuloso, o ser humano que não é legal”!!

Como eu gosto de usar frases de música, lá vai outra pra expressar que ainda resta, bem lá fundo, uma certa esperança: “se a fé remove até montanhas, o desejo é que torna o irreal possível”.(Nando Reis)
Vamos ver até quando!!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sons e mais sons!!

“Os músicos são apenas reprodutores da magnífica arte que instiga os anseios sonoros da alma e transpõe o verdadeiro sentimento que está dentro deles.”
(by: me... with God's help)


Essa "breve" frase explica um pouco do que a música representa para mim. Sim, apenas um pouco, pois palavras não são muito eficazes para expressar um sentimento por completo!!
Somente o próprio sentido daqueles que apreciam intimamente a música é capaz de perceber sua magnitude, sua essência fundamental: a sonoridade que a faz ser eterna enquanto está sendo ouvida!!