Hoje (22/10/09), Nando Reis foi o entrevistado do Pânico, na rádio Jovem Pan. E pelos poucos minutos ouvidos, nota-se que além de ser um músico de qualidade, ele demonstrou inteligência para responder as indagações dos integrantes do programa.
Primeiro, ao ser questionado sobre a qualidade da música atual, principalmente a estilo pop/rock, Nando afirmou que não utiliza a mesma sistemática de composição para analisar aquilo que escuta, e tentou escapar de qualquer comparação. Esta não foi uma resposta muito satisfatória para quem esperava ouvir que as músicas atuais - em especial as “emocore” - são imediatistas, efêmeras e feitas ao mercado midiático. Assim, Nando Reis contrariou o espírito nostálgico daqueles que idolatram as composições dos anos 80 e 90 e de outras épocas sem considerar que pode haver músicas boas atualmente.
Segundo, questionou-se se as músicas contemporâneas carecem de ideologia, ao contrário do que se constatava duas ou três décadas atrás. A respeito desta pergunta, Nando Reis disse que a música não sobrevive por ideologia, e sim pela sua qualidade. E ao citar os Titãs como exemplo, ele reconheceu a importância do questionamento, da rebeldia, mas destacou que estes elementos, na canção, são válidos para o momento político-social no qual a música é feita – a ditadura, no caso dos Titãs. Porém, para que a canção ultrapasse gerações, não basta somente a ideologia que ela comporta. É preciso que tenha qualidade, agrade as pessoas, e traga algum valor emocional/sentimental ou uma lembrança aos que a ouvem. Além disso, Nando afirmou ter certa repulsa quando dizem que a música precisa ter uma mensagem.
O fato de atribuírem exagerado valor ideológico a certas músicas ou bandas cria uma espécie de mistificação sobre determinados artistas, e isto faz com que a canção seja um dogma, portanto, inquestionável, idolatrada, e muitas vezes um fetiche, impossibilitando, assim, o reconhecimento da qualidade de outros músicos, e pode até mesmo gerar algo pior, como o desenvolvimento da intolerância perante artistas não tão cultuados, o chamado preconceito musical.
Ao citar exemplos como Legião Urbana e Raul Seixas, Nando Reis afirmou que as composições destes artistas não devem ser adoradas simplesmente porque são feitas e interpretadas por eles, mas porque elas têm qualidade antes mesmo de serem rotuladas como pertencentes a tais compositores e interpretes.
Dessa forma, o fato de determinadas músicas ultrapassarem gerações deve-se a sua qualidade em si, não a idolatria que muitas vezes atribuem a elas.
Uma pequena lição pode ser extraída disso tudo. Não se trata de uma lição verdadeira e irrefutável. É apenas mais uma interpretação: a música deve ser considerada boa pela qualidade que possui, não por pré-condições, como a época, estilo ou outro tipo de rotulação. Ouça aquilo que agrada a você, e não somente porque pertence a determinado artista, compositor ou intérprete, ou porque faz parte de algum momento histórico. Diante disso, a crítica social estabelecida por meio da música é válida e importante, entretanto esta não é, de maneira alguma, a única forma de demonstrar a magnitude e a sonoridade da expressão musical, que é, antes de tudo, a exteriorização dos sentimentos do músico.
Primeiro, ao ser questionado sobre a qualidade da música atual, principalmente a estilo pop/rock, Nando afirmou que não utiliza a mesma sistemática de composição para analisar aquilo que escuta, e tentou escapar de qualquer comparação. Esta não foi uma resposta muito satisfatória para quem esperava ouvir que as músicas atuais - em especial as “emocore” - são imediatistas, efêmeras e feitas ao mercado midiático. Assim, Nando Reis contrariou o espírito nostálgico daqueles que idolatram as composições dos anos 80 e 90 e de outras épocas sem considerar que pode haver músicas boas atualmente.
Segundo, questionou-se se as músicas contemporâneas carecem de ideologia, ao contrário do que se constatava duas ou três décadas atrás. A respeito desta pergunta, Nando Reis disse que a música não sobrevive por ideologia, e sim pela sua qualidade. E ao citar os Titãs como exemplo, ele reconheceu a importância do questionamento, da rebeldia, mas destacou que estes elementos, na canção, são válidos para o momento político-social no qual a música é feita – a ditadura, no caso dos Titãs. Porém, para que a canção ultrapasse gerações, não basta somente a ideologia que ela comporta. É preciso que tenha qualidade, agrade as pessoas, e traga algum valor emocional/sentimental ou uma lembrança aos que a ouvem. Além disso, Nando afirmou ter certa repulsa quando dizem que a música precisa ter uma mensagem.
O fato de atribuírem exagerado valor ideológico a certas músicas ou bandas cria uma espécie de mistificação sobre determinados artistas, e isto faz com que a canção seja um dogma, portanto, inquestionável, idolatrada, e muitas vezes um fetiche, impossibilitando, assim, o reconhecimento da qualidade de outros músicos, e pode até mesmo gerar algo pior, como o desenvolvimento da intolerância perante artistas não tão cultuados, o chamado preconceito musical.
Ao citar exemplos como Legião Urbana e Raul Seixas, Nando Reis afirmou que as composições destes artistas não devem ser adoradas simplesmente porque são feitas e interpretadas por eles, mas porque elas têm qualidade antes mesmo de serem rotuladas como pertencentes a tais compositores e interpretes.
Dessa forma, o fato de determinadas músicas ultrapassarem gerações deve-se a sua qualidade em si, não a idolatria que muitas vezes atribuem a elas.
Uma pequena lição pode ser extraída disso tudo. Não se trata de uma lição verdadeira e irrefutável. É apenas mais uma interpretação: a música deve ser considerada boa pela qualidade que possui, não por pré-condições, como a época, estilo ou outro tipo de rotulação. Ouça aquilo que agrada a você, e não somente porque pertence a determinado artista, compositor ou intérprete, ou porque faz parte de algum momento histórico. Diante disso, a crítica social estabelecida por meio da música é válida e importante, entretanto esta não é, de maneira alguma, a única forma de demonstrar a magnitude e a sonoridade da expressão musical, que é, antes de tudo, a exteriorização dos sentimentos do músico.